Hoje é dia de campanha na Avenida Beira Mar – Diário do Nordeste

Até chegar ao diagnóstico para o inexplicável mau hálito, muitas pessoas percorrem o consultório de vários especialistas, realizam exames que poderiam ser evitados (como endoscopia), ingerem grande quantidade de antibióticos para debelar a ação de uma suposta bactéria, chegando ao extremo de extrair as amígdalas.

O caminho para a cura do problema poderia ser menor e abolir procedimentos desnecessários se o paciente com halitose escolhesse o dentista como primeira opção.

Hoje, no Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito a população de Fortaleza está convocada a participar de uma campanha de esclarecimento, envolvendo ações gratuitas como mini-palestras, distribuição de folhetos educativos e da “blitz do hálito”.

A partir das 7 horas, profissionais de saúde munidos de halímetro (aparelho que quantifica os odorivetores exalados pelo hálito), estarão realizando o exame nas pessoas interessadas em medir a extensão de seu problema. A ação, uma iniciativa da Associação Cearense de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (ACPO), prossegue amanhã, na Praça do Ferreira, das 8 às 17 horas, reunindo 12 estudiosos no tema (dentistas, médicos e psicólogos).

EXAME – Para que o exame seja realizado com a máxima precisão, Dra. Daiane Rocha, presidente da ACPO recomenda algumas medidas preventivas aos interessados.

No dia da medição não é recomendado: 1. tomar antibióticos; 2. ingerir alguns alimentos como alho, cebola e temperos muitos fortes; 3. usar cosméticos aromáticos (pode ser usado apenas desodorante); 4. estar no período menstrual; 5. ingerir café e/ou chá preto ou chá mate.

No caso das pessoas que irão realizar a medição amanhã, segunda-feira (dia 22), recomenda-se que um dia antes evitem utilizar soluções para bochecho ou gargarejo que contenham álcool, bebidas alcoólicas ou fumar. Também é recomendado alimentar-se bem cerca de duas horas antes da medição, mas sem realizar a higiene bucal.

CAUSAS – Além de afetar a auto-estima e motivar desconforto social, a halitose pode ser um importante indicador de doenças

mais sérias, que se não forem tratadas de forma adequada, podem evoluir para o óbito.

A afirmação pode parecer exagero mas não é, segundo ressalta Olinta Tarzia, professora da Faculdade de Odontologia de Bauru, São Paulo, reconhecida como uma das maiores estudiosas no tema e autora de dois livros (referência) sobre halitose.

“Os microorganismos que desencadeiam a halitose produzem, além de odores, toxinas perigosas que, se cairem na corrente sanguínea, podem até provocar uma parada cardíaca”.

Segundo estudos recentes, a halitose pode ter cerca de 60 causas. Entre as mais comuns estão: doenças sistêmicas e periodontais, distúrbios intestinais, respiração bucal crônica, consumo frequente de bebidas alcoólicas, redução do fluxo salivar por uso de medicamentos, jejuns prolongados, não uso de fio dental durante a higienização da boca e a presença de cáries de grandes proporções.

Daí a importância de uma anamnese detalhada para que o profissional de saúde possa detectar qual a raiz do problema, para só depois poder tratá-la. “O primeiro passo para acabar com o mau hálito é descobrir suas causas”, afirma Dra. Olinta Tarzia.

HIGIENE – Normalmente quem sofre de halitose já sabe ou desconfia, passando a ter um cuidado especial no processo de higienização bucal (escovação, fio dental, visita periódica ao dentista, etc.).

Esse cuidado mostra como é equivocado pensar que a halitose está associada simplismente à falta de higiene do portador. Justamente em função do odor exalado, muitas pessoas escovam os dentes até 10 vezes ao dia e permanecem com o hálito comprometido. Outras exageram no uso de enxaguatórios, produtos que muitas vezes podem potencializar o problema em função da quantidade de álcool contido em sua formulação.

Na maioria das vezes, além do odor desagradável, o portador apresenta saburra lingual, camada esbranquiçada que se forma sobre a língua e que é resultado do acúmulo da placa bacteriana.

Sua ocorrência pode estar relacionada a outras razões microbiológicas.

SERVIÇO – Para acessar o “Clique Mau Hálito” entre no site www.acpo.com.br ou daiane@daianerocha.com.br.

fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=107892

 

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